Friday, August 7, 2009

Hoje

Hoje, é um dia como outro qualquer. Hoje acordei, tal como o faço há umas quantas primaveras. Decidi que, ainda que hoje não parecesse ser o dia ideal para tomar decisões, algo vai mudar. Não o decidi por ser hoje, mas calhou ter sido. E assim foi.
As coisas especiais passam a ser relativas mediante o tempo e o espaço onde estão englobadas. Quis assim, que hoje estivesse englobado em todo o sempre. Assim como desejaria que todos os dias estivessem. Como se fossem catalogados, determinados para serem únicos, como o são. Mas mais que o serem únicos, deveriam ser realmente tidos como tal.

Porque nenhum deles se voltará a repetir.


Às vezes, preferimos esperar pelos momentos certos para actuarmos, agirmos perante algo. E se esse momento não chegar nunca? E se nada for tido como certo ou garantido, quando irei eu finalmente decidir alguma coisa?

As decisões, escolhas, planos, ambições, sonhos... Tudo isso, é decidido por nós.
O tempo e o espaço não passam, no fundo, de meros factores dispensáveis às nossas decisões verdadeiramente importantes. Somos nós quem atribui a devida importância a tudo o que nos rodeia.
Decidi que queria ser feliz. Não sei qual a probabilidade de o conseguir. Mas não quero reflectir muito sobre isso. Quero agir e fazer com que isso aconteça, sem ter de reflectir muito, pois a reflexão pode conduzir ao alcance de linhas de pensamento que nos conduzem automáticamente a delimitações ou à consciêncialização de meras hipóteses.

Quero apenas ser feliz. Não sendo ignorante, não descuidando de tudo o que aprendi até hoje; não esquecendo nunca quem sou. Quero procurar o porquê de estar aqui. Mais do que isso, quero ser EU a dar um porquê ao ‘estar aqui’. Se calhar não precisamos de especificar ou simplificar quaisquer tipos de plano para que tomemos um caminho que nos pareça conduzir mais fácilmente à felicidade. E se não há um caminho? E se todos os caminhos nos conduzirem a ela?

No fundo, acredito que sejamos nós quem cria labirintos infinitos que nos afastam da nossa própria busca. A mente pode ser como um labirinto. Uma vez entrando, procuramos o caminho, já dentro do labirinto. Sendo fora desse labirinto, onde deveria ter sido inicialmente procurado. O caminho. Talvez sejamos nós que o traçamos.
Entre tantas dúvidas, creio que vale a pena acreditar que sim.

Decidi que quero sorrir mais e viver despreocupada. Quero viver, rir e abstrair-me. Quero conversar sobre coisas interessantes e mandar palpites acerca de algo que não faça o menor sentido.

Quero conviver, conhecer, explorar. Quero ser feliz.

Temo recear mais que sonhar. Mas sonho porque acredito que haja algo, que embora ainda não saiba o que é ou o que possa ser, dará sentido ao que hoje procuro e não encontro. Algo que, noutro dia, amanhã ou depois, ou depois, me dê motivos para que diga ‘HOJE sou feliz. Ontem não saberia. Amanhã, não sei se continuarei. Mas posso afirmar que HOJE sou feliz’. E sei que um dia, haverá um ‘hoje’, tal como outro qualquer, tal como o dia de hoje. Um hoje onde pronunciarei tais palavras. Um hoje onde gritarei mais alto, tão alto que nem os meus tímpanos suportarão tal vibração de alegria, contentamento, emoção. Enquanto esse dia não chegar... Faço com que vá chegando, todos os dias, um pouco desse dia. E quem sabe se amanhã não será o ‘hoje’ que, hoje idealizo.

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