Friday, August 7, 2009

Pó II

De repente, começaste a ganhar uma forma.
Ou talvez não.
A cinza de que és feito desvanece-se e volta a formar-se.
O pó de onde vens também está na minha origem.

Quando te imagino, não penso, voo.
Enquanto te penso, não espero e procuro.
Procuro por entre tudo o que possa ser ou estar
Como um obstáculo imaginário
Criado por mim
Limitado por mim.
A adaptação a um novo tudo restabelece-se
E volta a desmoronar
Nasce
Para voltar a morrer
Como um ciclo vicioso
Que continua para além da vida
E para além dos Homens
E muito para além do que quer que seja que tenha sido feito para conseguir pará-lo.
Existo eu, aqui, e é só isso.
Tudo é o nada como sempre o foi.
Mas depois, existe um mas.
Uma dúvida, uma esperança
Quase feita de ingenuidade, pura
De um olhar de criança
Ou de uma lágrima que perdura.

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